PF prende prefeito por desvio de verbas durante operação em Pernambuco

Suposta quadrilha desviou R$ 2,5 milhões entre 2005 e 2007 do Ministério da Saúde.
Além do prefeito de Toritama, outras cinco pessoas foram presas.

A Polícia Federal de Pernambuco prendeu nesta terça-feira (17) o prefeito de Toritama, José Marcelo Marques de Andrade e Silva (PPS), e outras cinco pessoas ligadas à prefeitura durante a Operação Gestão Plena, deflagrada para desarticular uma suposta quadrilha que teria desviado R$ 2,5 milhões do Ministério da Saúde.

Toritama fica a 170 quilômetros do Recife, capital pernambucana. Segundo a PF, a suposta quadrilha fraudava recursos repassados para a Secretaria Municipal de Saúde pelo governo federal para atender ao Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade.

A PF informou que 70 policiais cumpriram os seis mandados de prisão temporária (válida por cinco dias) para o prefeito, um secretário, um tesoureiro, um advogado e dois ex-funcionários da Secretaria Estadual de Saúde e diversos mandados de busca e apreensão.

As investigações tiveram início há aproximadamente um ano. Há suspeita de irregularidades em outros seis municípios de Pernambuco: Lagoa de Itaenga, Lagoa do Carro, João Alfredo, São José do Egito, Tamandaré e Teresinha. Nestes locais, ninguém foi preso.

Os envolvidos podem responder por formação de quadrilha, inserção de dados falsos em sistema de informação e peculato (desvio de verbas por funcionários públicos). O prefeito deve responder ainda por apropriação indevida de bens. As penas podem chegar a 30 anos de prisão.

Segundo o secretário de governo de Toritama, Djerson Soares Bezerra, a Prefeitura ainda não se posicionará sobre as prisões porque está apurando os fatos. “Estou na Prefeitura, estou indo para Caruaru (onde o prefeito está detido). Vou até lá para conversar, saber o que aconteceu”.

Em MG, prefeito renuncia
Em Juiz de Fora, Carlos Alberto Bejani (PTB) renunciou ao mandato de prefeito na segunda-feira (16). Preso na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, ele enviou uma carta à Câmara de Vereadores afirmando que deixava o cargo para poder se dedicar exclusivamente à sua defesa.

Foi a segunda prisão de Bejani pela PF. Em abril, ele foi detido em uma operação sobre fraudes no Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Foi solto 14 dias depois. Na ocasião, a polícia encontrou R$ 1,12 milhão na casa dele e vídeos em que aparece recebendo dinheiro de um empresário do setor de transportes. No último dia 12, ele foi preso novamente. Quatro dias depois, renunciou.