Cunha chama Temer e Lula como testemunhas em processo da Lava Jato

O ex-deputado Eduardo Cunha chamou o atual presidente da República Michel Temer e o ex-presidente Lula para serem testemunhas de defesa em processo da Operação Lava Jato, em Curitiba. Além dos dois, o ex-ministro do Turismo, Henrique Alves, também foi chamado.

Eduardo Cunha foi preso dia 9 de outubro acusado de receber propina de contrato de exploração de Petróleo no Benin, no continente africano, e pelo uso de contas secretas na Suíça para receber dinheiro ilícito.

Os advogados de defesa do ex-parlamentar pedem que as denúncias contra ele sejam rejeitadas por falta de provas. “A falta da disponibilização, nos presentes autos, da totalidade do material probatório leva ao cerceamento de defesa e à impossibilidade de início do processo”.

  • Cunha ainda pediu a presença de Bumlai, Delcídio do Amaral, Cerveró, entre outros para estarem entre as testemunhas de defesa. Confira abaixo a lista completa:
  • Michel Temer: presidente da República
    Luís Inácio Lula da Silva: ex-presidente
    Henrique Eduardo Lyra Alves: ex-ministro do Turismo
    Delcídio do Amaral Gómez: ex-senador cassado
    Nestor Cuñat Cerveró: ex-diretor Petrobras e colaborar da Lava Jato
    José Carlos da Costa Marques Bumlai: pecuarista e um dos réus da Lava Jato
    Felipe Bernardi Capistrano Diniz: economista filho de ex-deputado Fernando Diniz
    Antônio Eustáquio Andrade Ferreira: ex-deputado federal
    Mauro Ribeiro Lopes: deputado federal
    Leonardo Lemos Barros Quintão: deputado federal
    José Saraiva Felipe: deputado federal
    João Lúcio Magalhães Bifano: ex-deputado federal
    Nelson Tadeu Filipelli: ex-deputado federal
    Benício Schettini Frazão: Engenheiro ligado à Petrobras
    Pedro Augusto Cortes Xavier Bastos: ex-gerente da Petrobras
    Sócrates José Fernandes Marques da Silva: ex-engenheiro da Petrobras
    Mary Kiyonaga: ligada ao Banco Merrill Lynch
    Elisa Mailhos: ligada à empresa Posadas Y Vecino
    Luis Maria Pineyrua: ligados à empresa Posadas Y Vecino
    João Paulo Cunha: ex-presidente da Câmara
    Hamylton Pinheiro Padilha Júnior: ex-diretor da Petrobras e colaborador da Lava Jato
    José Tadeu de Chiara: advogado

Operação Saqueador prende Carlinhos Cachoeira por lavagem de dinheiro com construtoras

Envolvido com Cachoeira, ex-presidente da Delta Construções também é alvo em esquema que desviou mais de R$ 370 milhões.

Foi preso novamente nesta quinta-feira em Goiânia o empresário Carlinhos Cachoeira, velho conhecido das colunas sobre corrupção de alto escalão. Dessa vez, Cachoeira foi pego na operação Saqueador, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro de verbas públicas federais, Segundo o Ministério Público Federal, ao todo foram 23 pessoas denunciadas na operação.

Carlinhos Cachoeira já havia sido o pivô responsável pela perda de mandato de Demóstenes Torres, líder do DEM no senado, após ambos serem flagrados em grampo telefônico em 2012. Na ocasião, Demóstenes Torres foi considerado culpado por utilizar seu mandato para beneficiar Cachoeira em seus esquemas de jogos de azar.

Além de Cachoeira, o ex-presidente da Delta Construções, Fernando Cavendish também foi denunciado, mas não foi encontrado em seu apartamento no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro.O ex-presidente da construtora, famoso por esbanjar em suas festas envolvendo a cúpula do PMDB carioca em Paris, é responsável, segundo o MPF, por lavar mais de R$ 370 Milhões de reais entre 2007 e 2012 através de empresas de fachada, muitas delas operadas por Adir Assad, já condenado na Lava Jato e investigado desde a chamada CPI do Cachoeira por ser um dos articuladores do esquema que, além da Delta, também teria lavado mais de 1,2 bilhão desde 2006. Assad já se encontrava em prisão domiciliar.

A operação Saqueador é mais uma das ações deflagradas pela PF e MPF às vésperas do processo eleitoral e marca como as diferentes alas do poder judiciário tem atuado para generalizar os métodos à exemplo da PF de Curitiba e poder influenciar diretamente no andamento do pleito.

‘Operação Acarajé’ decreta prisão de vice-presidente da Odebrecht

O juiz Sérgio Moro acolheu representação da Polícia Federal, com base em mensagens recuperadas no celular de Marcelo Bahia Odebrecht

O juiz federal Sérgio Moro decretou a prisão temporária por cinco dias do vice-presidente da Odebrecht Engenharia e Construção no Brasil, Benedicto Barbosa da Silva Júnior (Infraestrutura), o ‘BJ’, no âmbito da Operação Acarajé, 23ª etapa da Lava Jato deflagrada nesta segunda-feira (22/2), em São Paulo, Rio e Bahia.

Moro acolheu representação da Polícia Federal, amparada também nos arquivos de mensagens recuperadas do celular do empreiteiro Marcelo Bahia Odebrecht, preso desde 19 de junho de 2015. Na avaliação da PF, ‘BJ’ desempenhava papel de contato político da companhia.
“No curso das investigações relacionadas ao Grupo Odebrecht foi possível identificar outros executivos que se encontravam proximamente vinculados ao presidente Marcelo Bahia Odebrecht, e sob os quais pairam indícios de que tenham ativamente participado da organização criminosa formada no âmbito daquele conglomerado empresarial para a prática de ilícitos penais”, destaca relatório da PF. “Um deles é Benedicto Barbosa da Silva Junior, presidente da Odebrecht Infraestrutura.”

Segundo a PF, a partir da análise de diálogos mantidos entre ‘BJ’ e Odebrecht, identificados nos aparelhos Blackberry apreendidos na residência do empreiteiro, “é possível verificar que Benedicto é pessoa acionada por Marcelo para tratar de assuntos referentes ao meio político, inclusive a obtenção de apoio financeiro”.

Na decisão em que mandou prender o vice da Odebrecht, o juiz assinala que o executivo participou de reuniões com Odebrecht e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu – preso desde 3 de agosto de 2015.

“Em vista da planilha e revendo as anotações constantes no celular de Marcelo Bahia Odebrecht, a autoridade policial identificou reuniões havidas em outubro de 2010 e abril de 2011, entre ele e José Dirceu de Oliveira e Silva, juntamente com pessoa identificada como ‘FR’, sigla correspondente a outro executivo da Odebrecht, Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis”, anotou o juiz da Lava Jato.

Na representação pela prisão do executivo, a PF destacou trocas de mensagens, durante o ano de 2014, de ‘BJ’ com Odebrecht. “Embora as mensagens ainda precisem ser completamente elucidadas há indícios da prática conjunta de ilícitos”, assinala Sérgio Moro. “Há menção à ‘conta Pós Itália’, o que pode ser uma referência a pagamentos posteriores àqueles constantes na planilha acima referida (de título ‘Posição Programa Especial Italiano’).”

O juiz da Lava Jato ressalta que em outra troca de mensagens “há referência a aparente pagamento de valores (cem mil reais) a autoridade com foro privilegiado em condições subreptícias”. “Foi colhida prova relevante no sentido de que os crimes investigados envolvem uma série de fraudes documentais.”